Revista da Editora Abril afirma que “o milagre veio de Cuba” numa reportagem de 1999, quando o presidente era FHC e o ministro da Saúde, José Serra, ao descrever a situação de municípios que não tinham médicos. Hoje, cubanos que chegaram para trabalhar em cidades sem médicos são chamados de escravos e de espiões comunistas por Veja
Numa reportagem publicada na edição número 1.620, de 20 de outubro de
1999, a revista Veja elogiou a vinda de médicos cubanos ao Brasil. “O
milagre veio de Cuba”, chega a colocar o texto, depois de descrever a
precária situação do, na época, único hospital do município de Arraias,
em Tocantins.
A matéria explica o motivo pelo qual o hospital ficou fechado por
quatro anos depois de ser inaugurado, em 1995: “Faltavam médicos que
quisessem aventurar-se naquele fim de mundo”. Foi quando a cidade
“conseguiu importar cinco médicos da ilha de Fidel e, assim, abrir as
portas do hospital”.
Infelizmente, a situação de hoje não é muito diferente. O governo da
presidente Dilma Rousseff, com Alexandre Padilha no ministério da Saúde,
anunciou a contratação de quatro mil médicos cubanos para trabalhar em 701 municípios que não foram escolhidos por nenhum profissional inscrito no programa Mais Médicos.
Diferente de quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso firmou o
convênio com Cuba, no entanto, desta vez a revista cobriu o assunto
escancarando seu preconceito. Chamou o que antes era “a tropa vestida de
branco de Cuba” de “espiões comunistas”. O colunista Reinaldo Azevedo
os chamou de escravos.
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